25.3.23

20.3.23 Dibujo a tinta. César Barrio



As aberturas
que os braços fazem na água, aquilo
que eu fecho quando
o sono me corrompe ou quando
incito ou afugento as paisagens,
                                                    o que alimenta
as musas 
abismadas
é tudo quanto me cega.


Las aberturas
que los brazos hacen en el agua, aquello
que cierro cuando
el sueño me corrompe o cuando
incito al espanto de los paisajes,
                                                    lo que alimenta
las musas 
abismadas
es todo lo que me ciega.



porque em toda palavra está o silêncio dessa palavra
e cada silêncio fulgura no centro da ameaça
da sua palavra


porque en cada palabra está el silencio de esa palabra
y todo silencio brilla en el centro de la amenaza
de su palabra



Cada palavra pensa cada coisa.
Entre imagens de ouro e vento, a constelação arterial dos objectos
do mundo alarga os braços furiosamente
de abismo a abismo.
A mão convulsa manobra a vida máxima.
E então sou devorado pelos nomes 
selvagens.


Cada palabra piensa cada cosa.
Entre imágenes de oro y viento, la constelación arterial de los objetos
del mundo extiende sus brazos furiosamente
de abismo en abismo.
La mano convulsa maniobra la vida máxima.
Y entonces soy devorado por los nombres 
salvajes.



Herberto Helder